VATICANO, 11 MAI (ANSA) – Pietro Orlandi, irmão de Emanuela Orlandi, cidadã do Vaticano desaparecida desde 1983, publicou neste domingo (11) uma mensagem em suas redes sociais para felicitar sua mãe e pediu ajuda do novo líder da Igreja Católica, papa Leão XIV, para solucionar um mistério de mais de 40 anos. O italiano compartilhou uma foto por ocasião do “Dia das Mães”, na qual caminha, de costas, com sua mãe na área da Colunata da Praça São Pedro, no Vaticano, onde ela já esteve há 42 anos, esperando os apelos de [Karol] Wojtyla (papa João Paulo II), e agora, na quinta-feira (8), o do novo Papa e uma nova esperança”.
“Meus melhores votos a todas as mães e à minha em particular”, enfatizou ele.
Por fim, Pietro lembrou das palavras de Robert Francis Prevost durante sua primeira aparição como pontífice e fez um novo apelo por justiça: “A paz esteja com todos vocês, estas são as primeiras palavras de Leão XIV, para minha mãe não haverá paz enquanto não houver Verdade e espero que ele possa ajudá-la a encontrar essa paz”, concluiu.
Relembre o caso – Emanuela Orlandi é filha de um funcionário da Santa Sé, cidadã do Vaticano e residia dentro dos muros do menor país do mundo, mas desapareceu enquanto voltava para casa há mais de 40 anos.
Diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas, desde crime comum até vingança contra seu pai ou contra o Vaticano.
O filme “A verdade está no céu” (2016), de Roberto Faenza, cogita que Orlandi tenha sido sequestrada por mafiosos e jogada em uma betoneira. Nenhuma das hipóteses, no entanto, foi confirmada pela Justiça.
Em 2019, o Vaticano chegou a abrir um inquérito para apurar se ossadas encontradas em um imóvel da Igreja Católica pertenciam à desaparecida, mas o caso foi encerrado no ano seguinte, uma vez que os restos mortais eram anteriores ao fim do século 19.
Já em novembro de 2022, o lançamento da série “A Garota Desaparecida do Vaticano”, pela Netflix, reacendeu a atenção sobre o caso, e cartazes com o rosto de Orlandi voltaram a aparecer nas ruas de Roma.
O caso voltou a ser investigado pelo Vaticano em janeiro de 2023 e em novembro do mesmo anos o Senado da Itália aprovou um projeto de lei para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o desaparecimento de Orlandi e Mirella Gregori em 1983.
No ano passado, inclusive, o papa Francisco revelou que o Vaticano ainda sofre com o desaparecimento da adolescente e que investiga “para que se possa esclarecer esta história e para a verdade vir à tona”. (ANSA).