Agências da ONU criticam plano de Israel para entrega de ajuda em Gaza

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O porta-voz do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) afirmou que a proposta de Israel de assumir o controle da assistência em Gaza “contraria princípios humanitários básicos”.

James Elder declarou que o plano parece ter sido concebido para “reforçar o controle sobre itens vitais como tática de pressão”.

Ajuda seria limitada a 60 caminhões por dia

Elder disse que é perigoso pedir a civis que entrem em zonas militarizadas para coletar comida, enfatizando que “a ajuda humanitária nunca deve ser usada como moeda de barganha”.

A ajuda está bloqueada há mais de dois meses em Gaza. Profissionais humanitários têm alertado que alimentos, água, remédios e combustível estão acabando.

Caminhões do Unicef com água aguardam no Egito para entrar em Gaza (Foto: UNICEF/Ragaa)

Segundo o porta-voz, a abordagem proposta por Israel pode criar “desafios terríveis” para idosos, crianças com deficiência, doentes e feridos que não têm como acessar as zonas de distribuição.

O plano de distribuição de ajuda israelense prevê a entrada de apenas 60 caminhões de ajuda por dia. Isso representa um décimo entregue durante o cessar-fogo entre Israel e Hamas, que durou de 19 de janeiro a 18 de março.

Para o porta-voz do Unicef, essa quantia não é suficiente para atender as necessidades de 1,1 milhão de crianças e de mais de 2,1 milhões de habitantes. Ele enfatizou que existe “uma alternativa simples: suspender o bloqueio, deixar a ajuda humanitária entrar e salvar vidas”.

Reabertura dos portões

A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) disse que tem “mais de 3 mil caminhões de ajuda” do outro lado da fronteira, impedidos de entrar.

A diretora de comunicações da agência, Juliette Touma, lamentou o desperdício de tantos itens que poderiam servir a crianças famintas e tratar pessoas com doenças crônicas.

Ela pediu a reabertura dos portões e o “fim do cerco o mais rápido possível”, bem como a libertação de todos os reféns capturados pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

A representante da UNRWA declarou que a situação em Gaza é “desesperadora” e acabou até mesmo com as filas de assistência porque não há mais comida para buscar.  

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