PARIS, 13 MAI (ANSA) – O ator francês Gérard Depardieu foi condenado nesta terça-feira (13) a 18 meses de prisão por crimes de agressão sexual contra duas mulheres durante as gravações de um filme em 2021.
O ator francês de 76 anos foi considerado culpado das denúncias por um tribunal de Paris, que pediu a inclusão de seu nome no cadastro nacional de criminosos sexuais, além do ressarcimento das vítimas em 29.040 euros (cerca de R$ 183,3 mil). Depardieu também foi condenado a uma pena de inelegibilidade de dois anos.
Os fatos em julgamento ocorreram durante as filmagens de “Les Volets Verts”, do diretor Jean Becker. Uma cenógrafa de 54 anos e uma assistente de direção de 34 anos o acusaram de agressão, assédio e insultos sexistas.
De acordo com a denúncia feita em fevereiro de 2024, a figurinista de 54 anos teria sido violentada durante as gravações, e Depardieu teria tocado em partes de seu corpo, como abdômen, seios e nádegas, antes de falar “palavras indecentes”.
Ela citou aos investigadores que quando se aproximava dele sentia como se fosse uma “armadilha para lobos”.
Já a assistente de direção do filme também denunciou a lenda do cinema francês por tocar duas vezes em seus “seios e nádegas” em agosto de 2021.
O julgamento do caso estava marcado para outubro, mas foi adiado após o ator não comparecer, alegando sequelas de uma cirurgia cardíaca e diabetes, agravadas pelo estresse da audiência que se aproximava. Desta forma, só foi retomado em março passado.
Após a decisão judicial, o advogado de defesa de Depardieu, Jérémie Assous, afirmou que vai apelar da condenação e criticou duramente a sentença, argumentando que “a partir do momento em que você é acusado hoje em um caso chamado agressão sexual, você está automaticamente condenado”.
Com uma carreira consolidada, Depardieu é um dos atores franceses mais famosos do mundo e já estrelou grandes produções, incluindo “Asterix e Obélix” e “As Férias da Minha Vida”. No entanto, ele tem sido alvo de diversas acusações de assédio contra mulheres nos últimos anos, principalmente depois que o movimento #MeToo ganhou força na indústria cinematográfica.
(ANSA).