UE cria lista classificando risco de desmatamento de países e gera controvérsia

A União Europeia (UE) preparou uma lista classificando o risco de desmatamento dos países, provocando críticas entre ambientalistas nesta terça-feira (13). O risco do Brasil, por exemplo, foi apontado como padrão; o dos Estados Unidos, baixo; e o da Rússia, alto.

Ainda não publicada, essa lista faz parte do regulamento sobre desmatamento que será aplicado a partir de 30 de dezembro de 2025, com o objetivo de proibir a comercialização na Europa de produtos provenientes de terras desmatadas após 2020.

As normas de rastreabilidade para as empresas importadoras, assim como os controles, serão mais ou menos exigentes conforme a categoria de risco atribuída a cada país.

Segundo várias fontes europeias, os 27 Estados-membros validaram na segunda-feira uma lista que considera todos os países europeus, assim como a China e os Estados Unidos, como países de baixo risco.

Por sua vez, o Brasil e a Indonésia seriam considerados países de risco padrão. E os países classificados como de maior risco seriam Rússia, Belarus, Coreia do Norte e Mianmar, por razões políticas.

A ONG Global Witness lamentou nesta terça que o Brasil não fosse classificado como de alto risco, dado que “a crise do desmatamento afeta florestas essenciais para o clima na Amazônia”.

A eurodeputada ecologista francesa Marie Toussaint declarou-se “surpresa com a classificação dos Estados Unidos, Indonésia e Brasil”. “Aguardaremos para ver os critérios e se são objetivos”, afirmou a legisladora.

Bruxelas deve publicar esta lista nas próximas semanas.

A UE já tinha adiado em um ano – de final de 2024 para final de 2025 – a entrada em vigor desta lei, devido a pressões do Brasil, dos Estados Unidos e até mesmo da Alemanha.

Com esta regulamentação, as empresas importadoras de produtos como cacau, café, soja, óleo de palma ou madeira deverão demonstrar a rastreabilidade mediante dados de geolocalização fornecidos pelos agricultores, complementados com imagens de satélite.

Estas novas normas provocam uma forte oposição dos setores empresariais do agronegócio e de diversos países africanos, asiáticos e sul-americanos, preocupados com os custos adicionais que representarão para agricultores, pecuaristas e exploradores florestais.

jhm-adc/mad/mab/mb/ic/am

Adicionar aos favoritos o Link permanente.