Perda do bebê no fim da gestação: especialistas explicam os riscos silenciosos

As recentes perdas gestacionais da atriz Micheli Machado e da jornalista apresentadora Tati Machado, ambas na reta final de suas gestações, trouxeram à tona a discussão sobre os riscos que podem surgir mesmo em gravidezes consideradas saudáveis.

Micheli, aos quase nove meses de gestação, percebeu a ausência de movimentos fetais e, após exames, foi constatado o óbito do bebê. Já Tati, com 33 semanas, também notou a falta de movimentos e, após avaliação médica, foi confirmada a morte fetal.

A *Paula Fettback, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana pela FEBRASGO, explica que as principais causas de óbito fetal no final da gestação incluem complicações como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, insuficiência placentária, infecções, descolamento prematuro de placenta e malformações fetais.

Em casos sem complicações aparentes, fatores como nós no cordão umbilical e presença de mecônio no líquido amniótico podem ser considerados. Entretanto, em uma significativa porcentagem dos casos, as causas permanecem desconhecidas.

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O Dr. Paulo Noronha, também ginecologista e obstetra pela FEBRASGO, ressalta que, embora a morte fetal intrauterina após 37 semanas seja rara, ela é devastadora para as famílias. O risco aumenta após 42 semanas de gestação. Estudos indicam que, em gestações de risco habitual, o risco de óbito fetal varia de 1,1 a 3,2 casos a cada 1.000 gestações.

Fatores como diabetes gestacional não controlada, hipertensão, restrição de crescimento fetal, gestação por fertilização in vitro e algumas trombofilias podem aumentar esse risco.

A idade materna avançada também pode elevar o risco de complicações materno-fetais. No entanto, não existe um exame específico capaz de prever ou prevenir todos os casos de óbito fetal espontâneo em gestações de risco habitual. Por isso, é fundamental a realização de um pré-natal adequado, com acompanhamento rigoroso da gestante e do feto.

Diante de sinais de sofrimento fetal ou complicações maternas, exames como ultrassonografia obstétrica com Doppler, perfil biofísico fetal e cardiotocografia podem ser indicados. Em casos suspeitos, o parto prematuro pode ser considerado. No entanto, como muitas vezes o diagnóstico permanece desconhecido, o parto pode não ser realizado no momento oportuno.

É essencial que gestantes estejam atentas a sinais como a diminuição dos movimentos fetais e procurem imediatamente assistência médica ao notá-los. O apoio emocional e a presença da equipe médica são fundamentais para que a mulher e sua família enfrentem esse momento com o suporte necessário.

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