SÃO PAULO, 14 MAI (ANSA) – Um estudo exploratório conduzido por Walther Bottaro, professor universitário de economia empresarial e doutorando da Universidade de São Paulo, analisou o impacto do decreto-lei que limita a transmissão da cidadania italiana por direito de sangue no consumo de produtos “Made in Italy” por descendentes de italianos em São Paulo.
Segundo a pesquisa, 70% dos 128 participantes disseram que a medida impactaria negativamente suas decisões de compra: 37% planejam parar ou quase parar, e 20% querem reduzir seu consumo pela metade. Já 87% das pessoas dizem que os laços culturais e familiares com a Itália influenciam fortemente suas escolhas de consumo.
Mas talvez o dado mais curioso seja que quem mais consome também é o mais propenso a reagir: entre aqueles que gastam mais de 2 mil reais por mês (cerca de 333 euros), 55% querem parar ou quase pararam de consumir.
Bottaro explica à ANSA que, da pesquisa, “surge que o consumo de ‘Made in Italy’ aqui assume um valor simbólico, tornando-se um ato de contestação identitária”. “E o distanciamento também se estende ao turismo de raiz: 62% afirmam ter perdido, total ou parcialmente, o interesse em visitar a Itália”. (ANSA).