ROMA, 14 MAI (ANSA) – O cardeal italiano Fernando Filoni, um importante diplomata do Vaticano, revelou que Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV, cogitou se chamar Agostinho.
O americano de 69 anos é o primeiro pontífice agostiniano da história. O termo se refere à Ordem de Santo Agostinho, uma das mais antigas da Igreja Católica, e que surgiu através do exemplo de vida de Agostinho de Hipona (354 d.C. – 430 d.C.).
“Inicialmente, Prevost chegou a considerar a possibilidade de se chamar Agostinho, mas, no final, achou que Leão seria melhor”, afirmou o religioso italiano em entrevista ao jornal Fatto Quotidiano.
Filoni acrescentou que ficou surpreso pela escolha do nome Leão, mas afirmou que Prevost se inspirou muito nos papas Leão I (440-461) e Leão XIII (1878-1903).
“Ele evidentemente pensou nisso porque disse que se inspirou muito em Leão Magno, que foi um grande pontífice do século 5, e em Leão XIII, quem levou a sério, na época da grande mudança da Revolução Industrial, o trabalho e a dignidade da pessoa”, declarou Filoni.
“Ele também disse que este será um dos aspectos mais importantes do seu pontificado, ou seja, a atenção à dignidade humana, porque sem trabalho a dignidade humana se perde”, acrescentou.
Por fim, o italiano disse que ficou “muito satisfeito” com a eleição de Prevost, bem como outros cardeais que manteve contato nas últimas semanas. O religioso ainda destacou a “simpatia humana” e “cordialidade” de Leão XIV.
– Conclave – Em relação ao conclave, o cardeal Louis Raphael Sako, patriarca católico caldeu de Bagdá, no Iraque, disse ao Repubblica que a eleição do americano “não houve tensão”.
“Ele estava calmo e permaneceu da mesma forma. Na minha opinião, ele estava quase convencido, porque desde o início teve muitos votos, que depois foram aumentando cada vez mais. No final, ele ficou um pouco emocionado”, revelou o religioso, acrescentando que o Papa é “simples, humilde e sereno”.
Sako, que admitiu ter feito algumas brincadeiras no processo eleitoral para tentar quebrar a tensão do momento, afirmou que Prevost concordou com ele quando disse que o Oriente Médio precisa “da amizade e da proximidade” da Igreja. (ANSA).