VÍDEO: ‘bola de fogo’ é vista em cidades do ES


Especialistas confirmaram que fenômeno se trata de parte de foguete da Space X, lançado em 2014, que entrou na órbita da Terra na noite de quarta-feira (14). Fenômeno foi visto no Norte e Noroeste do Espírito Santo e em outros estados do Brasil. ‘Bola de fogo’ é vista em cidades do Norte e Noroeste do Espírito Santo
☄️ Moradores de cidades do Norte e Noroeste do Espírito Santo registraram uma “bola de fogo” cruzando o céu na noite dessa quarta-feira (14). Vídeos (veja acima) feitos nas cidades de Alto Rio Novo e Pinheiros mostraram a curiosidade dos capixabas ao observarem a luz forte.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
Uma ONG de monitoramento de meteoros, o projeto Exoss (Exploring the Southern Sky) e a Rede Brasileira de Observação de Meteoros, confirmaram que a bola de fogo nada mais era do um foguete da Space X, empresa do bilionário Elon Musk, que se despedaçou ao entrar na atmosfera.
A nave foi lançada em 2014 e entrou na órbita da terra na noite de quarta. O objeto finalizou sua trajetória caindo na Bahia, mas cidades de Minas Gerais, Tocantins, Bahia e do Distrito Federal também registraram o fenômeno.
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) informou que o monitoramento não foi realizado pelas equipes no estado em virtude do tempo nublado.
Trajetória
O coordenador do projeto brasileiro de pesquisas de meteoro EXOSS, e membro da Sociedade Astronômica Brasileira, Marcelo De Cicco, disse ao g1 nesta quinta-feira (15) que o fenômeno se trata da reentrada do ASIASAT 8 FALCON R/B, uma parte remanescente de um foguete Falcon 9 lançado pela SpaceX.
A situação aconteceu principalmente porque o país está próximo à linha do Equador.
“Após mais de uma década em órbita, sua trajetória finalmente o trouxe de volta à Terra, e o Brasil. Como o país está próximo à linha do equador, ele frequentemente está na rota de objetos em órbitas geossíncronas ou de alta excentricidade. Essas órbitas, que acompanham a rotação da Terra, acabam concentrando detritos espaciais em regiões equatoriais, muitas vezes chamadas de “sul global””, explicou.
Trajetória de parte do foguete Falcon lançado pela Space X em 2014 que entrou na órbita da terra e iluminou o céu de cidades no Espírito Santo
Divulgação/Exoss
O especialista também comentou que seria muito difícil o evento causar algum dano na Terra, já que a maior parte do foguete acaba sendo destruída com o impacto ao entrar na atmosfera.
“De acordo com informações da aerospace.org, a maior parte de um rocket body como o ASIASAT 8 FALCON R/B queima durante a reentrada devido ao calor extremo gerado pelo atrito com a atmosfera. Estima-se que entre 60% e 80% da massa de um objeto desse tipo seja consumida, restando apenas fragmentos menores que, na maioria dos casos, caem em áreas desabitadas ou no oceano – como aconteceu nesse evento, que terminou no Atlântico. Apesar disso, há um pequeno risco de que destroços sobrevivam e atinjam áreas povoadas, o que reforça a necessidade de monitoramento e protocolos internacionais para reentradas controladas”, pontuou.
Antes da confirmação de que era um foguete, a hipótese mais provável era de que o fenômeno tivesse sido causado por um lixo espacial.
O astrônomo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Adriano Leonês, chegou a apontar duas possibilidades principais para explicar o fenômeno:
Um meteoro – objeto que entra na atmosfera da Terra em alta velocidade e se incendeia com o atrito, deixando um rastro de fogo e fumaça;
A reentrada de lixo espacial na atmosfera.
Foguete Falcon 9
‘Bola de fogo’ vista em cidades do Norte e Noroeste do Espírito Santo é parte de foguete que entrou na atmosfera da Terra
Reprodução/Redes sociais
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) constatou que o objeto percorreu cerca de 1500 km, em aproximadamente quatro minutos, com uma velocidade entre 6 e 7 km/s.
O foguete Falcon 9 foi lançado em 2014, projetado pela fabricante norte-americana SpaceX, para transportar cargas ao espaço de forma reutilizável e econômica.
Durante o lançamento, uma das partes do foguete se soltou, e ficou em órbita por quase 11 anos, até retornar para a nossa atmosfera.
“A partir da análise dos dados e da comparação com objetos em órbita com previsão de reentrada, a BRAMON identificou que o objeto mais compatível com a trajetória observada é o corpo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, identificado pelo NORAD 40108. Este estágio de foguete foi lançado em 5 de agosto de 2014, como parte da missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8, um satélite de comunicações geoestacionário destinado a fornecer serviços de transmissão para a região Ásia-Pacífico. Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial e, com o tempo, sua trajetória foi decaindo até resultar na reentrada atmosférica observada nesta quarta-feira” concluíram.
VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Adicionar aos favoritos o Link permanente.