PEQUIM, 14 ABR (ANSA) – O ex-presidente da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol negou as acusações de tentativa de insurreição nesta segunda-feira (14) durante a abertura do julgamento sobre sua declaração fracassada de lei marcial em dezembro passado.
“Enquadrar um evento que durou apenas algumas horas, que não foi violento e que imediatamente aceitou o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição me parece legalmente infundado”, disse Yoon ao Tribunal Distrital Central de Seul em sua defesa, negando ainda ponto por ponto das acusações exibidas em um monitor local.
Segundo as acusações da promotoria, o ex-chefe de Estado “planejou incitar uma revolta com a intenção de subverter a ordem constitucional”. Como provas, foram apresentados documentos que incluem o planejamento antecipado da lei marcial por Yoon e seu envio de militares ao parlamento, com ordens de quebrar janelas e cortar a energia.
A próxima audiência está marcada para 21 de abril, mas especialistas afirmam que o julgamento poderá ser longo.
“O primeiro veredito provavelmente será divulgado por volta de agosto, mas o caso envolve cerca de 70 mil páginas de provas e inúmeras testemunhas.
Portanto, se o tribunal considerar necessário, o julgamento poderá ser prorrogado”, disse o advogado Min Kyoung-sic à AFP.
Caso seja condenado, o ex-líder sul-coreano poderá pegar prisão perpétua ou pena de morte.
No último dia 4 de abril, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou o impeachment de Yoon por tentativa de decretar lei marcial no país.
Com a decisão, o político tornou-se o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser destituído do cargo em meio à tentativa de restringir direitos civis e fechar o Parlamento.
Segundo o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul, a declaração de lei marcial do presidente “violou” a constituição do país.
Yoon “não apenas declarou lei marcial, mas continuou a cometer atos que violavam a Constituição e a lei, incluindo a mobilização de forças militares e policiais para obstruir o exercício da autoridade da Assembleia Nacional”, acrescentou a decisão. (ANSA).