O ministro das Relações Internacionais, Mauro Vieira, rebateu críticas e justificou razões humanitárias para conceder asilo político à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira, 18.
Nadine é esposa do ex-presidente do Peru Ollanta Humala, preso na última terça-feira, 15. Ambos foram condenados a 15 anos de prisão por participação em um esquema de corrupção envolvendo um contrato da construtora Odebrecht (hoje Novonor) com o governo Hugo Chávez, na Venezuela.
Vieira afirmou que a condenação poderia deixar o filho do casal, menor de idade, sozinho e citou uma cirurgia feita recentemente para justificar o asilo político.
“Ela foi recentemente operada por uma questão grave de coluna vertebral, está em recuperação, precisa continuar em tratamento, e estava acompanhada de um filho menor. O marido condenado está detido e, portanto, o filho menor também estaria abandonado ou desprotegido. Foi com base em critérios humanitários”, disse.
Nadine se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima, no Peru, na terça-feira, logo após sua condenação. Ela chegou ao Brasil no dia seguinte em um voo da Força Aerea Brasileira (FAB).
Mauro Vieira ressaltou que o próprio Peru entendeu os motivos e concedeu salvo-conduto à ex-primeira-dama e ao filho dela. O próprio governo peruano apoiou o transporte de Nadine Heredia em um avião da FAB.
Questionado sobre a reação de Lula, Vieira disse que notificou o presidente da República e apontou a ação dentro das normas da Convenção de Caracas.
“Eu comuniquei, sim, ao presidente Lula que estava sendo concedido o asilo diplomático, porque estava absolutamente dentro das normas e dos padrões estabelecidos na Convenção e na legislação internacional”, ressaltou.
O Itamaraty analisa a situação da ex-primeira-dama e do filho para saber se concederá, ou não, a condição de refúgio à dupla. Os dois já receberam documentos provisórios.