Internado na UTI há quase duas semanas para se recuperar de cirurgia intestinal, ex-presidente apresenta pressão alta e passará por novos exames. Ainda assim, STF o intimou no hospital a responder a processo criminal.Internado após passar por uma cirurgia no intestino, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou piora clínica nesta quinta-feira (24/04), segundo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, em Brasília.
De acordo com a equipe, Bolsonaro permanece na unidade de terapia intensiva (UTI), onde apresentou elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos. Ele será submetido a novos exames de imagem.
“Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”, concluiu o boletim médico.
Cirurgia às pressas
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais que impedem a digestão, e reconstrução da parede abdominal.
A laparatomia, procedimento que exige uma incisão no abdômen para acesso ao intestino, teve duração de 12 horas e ocorreu sem complicações, não exigindo transfusão de sangue.
A obstrução, de acordo com a equipe médica, era resultante de uma dobra do intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal, e foi desfeita durante o procedimento.
O populista de direita foi internado às pressas em 11 de abril por sentir dores abdominais. Desde o atentado que sofreu em 2018, ele já passou por outras cirurgias abdominais: em 2019 submeteu-se a duas intervenções para reconstruir o intestino e corrigir lesões no fígado. Entre 2021 e 2022, corrigiu aderências intestinais e tratou uma obstrução intestinal. No ano seguinte, passou por uma nova operação para corrigir uma hérnia de hiato.
Intimação no hospital
Apesar da recomendação médica, o ex-presidente vem recebendo visitas de aliados. Na quarta-feira, foi intimado a responder ao processo criminal contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). A intimação ocorreu no próprio hospital.
A medida é uma formalidade prevista na legislação para comunicar pessoalmente os réus sobre a abertura da ação penal. As intimações dos demais investigados foram concluídas entre 11 e 15 de abril, exceto no caso de Bolsonaro, que estava internado.
Diante do estado de saúde do ex-presidente, o STF esperava uma data adequada para intimá-lo. Contudo, como ele realizou uma live na última terça-feira, direto da UTI, Moraes entendeu que poderia determinar a visita do oficial de Justiça.
gq/av (ABR, ots)