PM que jogou homem de ponte em SP vira réu por tentativa de homicídio

A 2ª Vara do Júri de São Paulo aceitou a denúncia do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) contra o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital paulista em 2024. Agora o agente é réu e pode responder pelo crime de tentativa de homicídio.

A decisão da juíza Juliana Dias Almeida de Filippo ocorreu no dia 24 de janeiro deste, mas se tornou pública apenas em 22 de abril. A magistrada destacou que há indícios de autoria e prova da materialidade do crime.

Ela ainda destacou que a vítima não teve condições para se defender, por conta da “maneira inusitada de arremesso de cima de uma ponte” e da presença de outros policiais no local.

O promotor de Justiça Vinicius França ressaltou na denúncia que Marcelo Amaral foi lançado sobre o parapeito de uma altura de quase quatro metros. Também acrescentou que o rapaz só não morreu porque “caiu de joelhos e, por isso, não bateu nenhum órgão vital contra o solo”.

Relembre o caso

Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que o soldado Luan Felipe Alves Pereira ergueu Marcelo Amaral e o atirou de uma ponte na Avenida Cupecê, Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, no dia 1° de dezembro.

Depois do ocorrido, o rapaz relatou em depoimento à polícia que pilotava uma moto e, quando freou, os agentes vieram na sua direção. Nesse momento, ele desceu do veículo e começou a correr, mas foi alcançado pelo policiais, que teriam passado a agredi-lo com golpes de cassetete na cabeça.

Marcelo ainda destacou que o policial militar Luan Felipe o levou “pelo colarinho” até perto da ponte e teria dado duas opções: saltar ou ser arremessado.

O rapaz caiu no córrego e foi ajudado por pessoas em situação de rua que vivem embaixo da ponte. Depois, foi até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Catarina devido aos ferimentos.

À época, a Polícia Militar disse que garrafas, pedras e pedaços de madeira teriam sido jogados na direção dos agentes durante a perseguição ao rapaz. Ninguém se feriu.

O soldado Luan foi preso no dia 5 de dezembro de 2024, mas acabou sendo solto em 10 de abril deste ano após o TJ acatar o pedido de habeas corpus. Ele segue afastado da sua função.

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