O Comando Central (Centcom) das Forças Armadas dos EUA afirmou na segunda-feira (28) que os ataques aéreos conduzidos nas últimas seis semanas conseguiram reduzir em mais de 50% a capacidade ofensiva dos Houthis no Iêmen. A campanha militar, ordenada pelo presidente Donald Trump, tem como objetivo proteger as rotas de navegação no Mar Vermelho, no estreito de Bab el-Mandeb e no golfo de Áden, áreas onde o grupo apoiado pelo Irã tem lançado mísseis e drones contra navios mercantes e embarcações militares. As informações são da revista Newsweek.
Segundo o Centcom, o número de lançamentos de mísseis balísticos contra navios norte-americanos caiu 69%, enquanto os ataques com drones diminuíram 55% desde o início da operação, em 15 de março. As forças americanas afirmam ter destruído instalações de comando, defesas aéreas e depósitos de armas utilizadas pelos Houthis, incluindo locais onde estavam armazenados mísseis avançados e veículos aéreos não tripulados.

Enquanto os Estados Unidos divulgavam a atualização das ações militares, os Houthis acusaram Washington de ter atingido, em um ataque aéreo, uma prisão na província de Saada, no norte do Iêmen. O local abrigava migrantes africanos, e ao menos 68 pessoas morreram, segundo a versão apresentada pelos rebeldes à emissora Al-Masirah, controlada pelo grupo. A informação não foi confirmada por autoridades americanas ou por organismos independentes de monitoramento.
“O governo dos Estados Unidos é totalmente responsável pelo crime hediondo contra os migrantes africanos. Atacar civis e inocentes é um crime a mais no histórico de crimes dos EUA contra o povo iemenita e a humanidade em geral”, declarou o Ministério do Interior controlado pelos Houthis, por meio da Al-Masirah.
As denúncias sobre o impacto das operações na população civil aumentam a pressão sobre o governo americano. Três senadores democratas, Chris Van Hollen, Elizabeth Warren e Tim Kaine, enviaram uma carta ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, na qual questionam a política militar adotada.
“Os números elevados de vítimas civis relatados nos ataques dos EUA no Iêmen demonstram um sério desprezo pela vida de civis e colocam em dúvida a capacidade desta Administração de conduzir operações militares de acordo com as melhores práticas americanas de mitigação de danos a civis e com o direito internacional”, escreveram.
O grupo Houthi, também conhecido como Ansar Allah, prometeu retaliar e manter suas ofensivas, desafiando os bombardeios americanos. Enquanto isso, os dois porta-aviões norte-americanos destacados para a operação, o Harry S. Truman e o Carl Vinson, seguem em atividade no Oriente Médio. De acordo com o Centcom, os navios foram alvo de mísseis e drones, mas não sofreram danos e continuam apoiando as ações militares contra os rebeldes iemenitas.
O post EUA dizem ter reduzido pela metade a capacidade dos Houthis após semanas de bombardeios apareceu primeiro em A Referência.