Os quadros do governo que visitam a China têm reforçado uma mensagem em encontros com contrapartes: de que o Brasil está à disposição para atender necessidades comerciais do gigante asiático, especialmente no que diz respeito à agropecuária e segurança alimentar, relataram técnicos da comitiva à CNN.
Governistas, representantes do agro e especialistas do setor dividem a opinião de que a guerra comercial abre espaço para o Brasil exportar mais às potências. O movimento da comitiva visa tirar do papel a “oportunidade” — repetidamente mencionada nos discursos das autoridades.
Existe a percepção de que, em meio à guerra comercial, as potências procurarão produtos de outros países, especialmente para segurança alimentar.
Pessoas que acompanham de perto o assunto, acreditam que, mesmo num cenário de acordo, a desconfiança permanecerá. Assim, China e EUA não cessariam a busca por alternativas de comércio.
Nas reuniões com chineses, os membros da Esplanada dos Ministérios vêm afirmando que o agro brasileiro tem “quantidade, qualidade, preços competitivos e sanitariedade” para atender o robusto mercado do país (de um bilhões e meio de pessoas), disse um técnico à CNN.
A fim de reforçar este recado, o governo preparou para quarta-feira (14), último dia de visita à China, um seminário para debater o diálogo entre os países para segurança alimentar.
O evento, organizado Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) e pelo Ministério da Agricultura (Mapa), acontece em Pequim às 9h.
O Brasil já desempenha papel relevante na segurança alimentar da China, representando mais de 25% das importações agrícolas e pecuárias do país asiático. A relação robusta pré-existente deve jogar a favor dos interesses brasileiros.
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